Basil Schader (14 A.1 e A.3); Nushi Gashi (A.2); Elisabeth Furch e Elfie Fleck (A.4)


1. Introdução

Os professores do ELH trabalham num contexto para o qual, de uma forma geral, não foram preparados durante a sua formação inicial no seu país de origem. A importância de obter uma formação adicional é inquestionável; ver também as afirmações na parte prática deste capítulo. Os conteúdos a serem abordados variam de acordo com a duração da estadia e do trabalho no país de acolhimento. No início das funções, as temáticas mais importantes prendem-se com as especificidades do ELH, bem como com o sis- tema educativo do país de acolhimento. Mais tarde tratar-se-á de debates acerca de conteúdos e abor- dagens didáticas com colegas, da aquisição de conhecimentos didático-metodológicos aprofundados, e da possibilidade de cooperação com o ensino regular. As formações podem representar uma mais-valia preciosa, fornecendo um certificado adicional, que poderá equiparar os professores do ELH aos do ensino público.

As ofertas de formações adicionais são promovidas, no mínimo, por dois lados (ver também capítulo 1 e Calderon, Fibbi, Truong, 2013, p. 90):

  • a)Instituições do país de origem
    (Consulados, ministérios de educação, associações de pais, etc.)
  • Exemplos:
    os seminários organizados anualmente pelos ministérios de educação do Kosovo e Albânia para professores do ELH em toda a Europa (ver em baixo); os seminários organizados pelas associações de pais e a dos professores albaneses na Suíça, em relação aos novos materiais de ensino do ELH).
  • b) Instituições do país de acolhimento

    Instituições públicas (por exemplo, autoridades educativas, escolas superiores de educação, universidades, instituições privadas, como escolas de línguas), etc..

  • Exemplos:
    os cursos obrigatórios de introdução ao sistema educativo no respetivo cantão, conforme são oferecidos por alguns cantões; os cursos de formação específicos para o ELH de várias escolas superiores de educação e universidades; as propostas regulares de formação locais para os professores, também acessíveis aos professores do ELH; a licenciatura austríaca «o ensino da língua materna: ensinar línguas primeiras no contexto de migração» (ver em baixo); diversos cursos de língua e de integração de diferentes instituições privadas.

Ao contrário das formações oferecidas no país de origem, as formações do país de acolhimento costumam exigir um bom domínio da língua oficial local. Isto pode representar uma forte barreira para alguns professores do ELH. A par da frequência de cursos de língua propriamente ditos, o modelo de Zurique tem vindo a implementar-se, aliando ao conhecimento da língua alemã a transmissão de conteúdos escolares relevantes.

A extensão da oferta de formação – sobretudo quando se trata de ofertas específicas para os professores do ELH – varia de país para país (e entre cantões e estados federais); ver as afirmações no capítulo 14 B. Enquanto em Hamburgo, por exemplo, existe uma obrigatoriedade anual de 30 horas de formação por ano para professores do ELH (ver cap. 1 A.4), noutros sítios (por exemplo, em alguns cantões suíços) não existe nada semelhante. Da grande variedade de oferta, selecionamos dois exemplos para ilustração: o módulo obrigatório «Introdução ao sistema educativo de Zurique» como modelo para um apoio inicial sólido (ver cap. 14 A.3) e a licenciatura austríaca «O ensino da língua materna: ensinar línguas primeiras no contexto de migração» como modelo para curso universitário muito abrangente e que fornece um certificado final (14 A.4). No início colocamos, como exemplo para uma formação organizada pelo país de origem, o programa do 10º seminário de verão para os professores albaneses do ELH (14 A.2).


2. Uma proposta para formação contínua do país de origem: programa do 10.º seminário para professores albaneses do ELH, Berat/Albânia, 29.07.-01.08.2014

Nota introdutória:

Há 10 anos que os ministérios da educação do Kosovo e da Albânia organizam seminários de formação com a duração de 3-4 dias para os professores albaneses do ELH em toda a Europa. Os seminários têm lugar alternadamente, no Kosovo, Albânia e nas regiões da Macedónia e Montenegro em que se fala albanês. São frequentados por uma média de 130-150 professores do ELH. A participação, estadia e alimentação são financiados. Uma das caraterísticas particulares destes seminários é que os workshops, palestras, etc. são levados a cabo por ambos, cientistas e investigadores do espaço linguístico albanês (por exemplo especialistas das universidades de Tirana ou Prishtina), e por professores do ELH ativos em toda a Europa. Todos os anos são convidados especialistas da área da pedagogia intercultural do país de origem para apresentar comunicações e/ou para participar.

Para além da formação complementar na área e do intercâmbio precioso com colegas ultrapassando fronteiras, os seminários também desempenham um papel social e integrativo muito importante.

Programa do seminário de quatro dias em Berat (Albânia)

1.o dia
29 de julho 2014 (Universidade de Berat)
14–17 h

Abertura do seminário:
Palavras de boas-vindas:

Apresentações de estudantes de Berat: 

  • Uma professora do ELH da Grécia
  • O ministro da educação da Albânia ou seu representante
  • Burgomestre de Berat
 17–21 h

Visão global do programa: Input: o ELH do albanês e suas perspetivas de desenvolvimento atuais (N- Gashi, B. Arbana)

Intervalo: a seguir debate e discussão aberta

A seguir: jantar conjunto e programa cultural (apresentação de livros)

 

2.o dia
30 de julho 2014
(Sala plenária da Universidade de Berat)
09–13 h
Comunicações e vídeo-inputs: 

  • A unificação dos currículos da Albânia e Kosovo (G. Janaqi)
  • O desenvolvimento da consciência histórica nas famílias (L. Qoshi)
  • Conhecer a herança cultural através de jogos tradicionais (B. Avdia)
  • Documentário:
    «Vera – professora em duas ilhas» (A. Melonashi, A. Ashiku)
  • Intervalo para café
  • Documentação em vídeo:
    uma visita de estudo e seus efeitos (K. Çallaku)
  • Aprendizagem lúdica no exemplo de jogos com dados (R. Hamit)
13–17 h – Almoço, sesta
17–22 h
Programa cultural e social 

  • Visitas guiadas ao museu, à cidade, etc.
  • Jantar conjunto e programa cultural (apresentações de livros)

 

3.o dia
31 de julho 2014
(Sala plenária e diversas salas da Universidade de Berat)
09–11 h
Comunicações e vídeo-inputs:

  • O ensino enquanto «atividade exata» e o nosso contributo (F. Taflaku)
  • Traduzir e comunicar na migração (…) (D. Kajtazi)
  • Apresentação da monografia do ELH do albanês em Thessaloniki (D. Zace)
  • Intervalo para café
11–12.30 h
Workshops
de escolha livre:

  • Trabalhar com turmas heterogéneas (N. Mehmetaj)
  • O ensino do albanês nos liceus de Viena e alguns dos seus problemas (I. Arapi)
  • Estilos didáticos diferentes, as suas diferenças e qualidades (Y. Spahiu)
  • O trabalho com temas históricos acerca da história albanesa
    (F. Xhemalaj)
12.30–15 h – Lunch/Siesta
15–22 h
Programa cultural e social

  • Visita à montanha Tomorr ou aos canyons e quedas de água de Osum
  • Jantar

 

4.o dia
1 de agosto 2014
(Sala plenária da Universidade de Berat)
9–11 h
Comunicações:

  • O desenvolvimento da competência da leitura na língua primeira
    (E. Koleci)
  • A disciplina «língua albanesa» nos currículos do Kosovo (R. Gjoshi)
  • A monografia «Albaneses na Suíça», com foco no ELH do albanês (R. Rifati)
  • Intervalo para café
11–12 h
Workshops
de escolha livre:

  • Possibilidades do trabalho transversal às disciplinas no ELH do albanês (A. Tahiri)
  • Uma lição modelo acerca da língua albanesa no primeiro ano (K. Gjoka)
  • Duas abordagens concretas para promover a compreensão escrita na literatura e nos textos factuais. (R. Sheqiri)
12–15 h

Fecho formal do 10. Seminário: Distribuição dos certificados de participação.

A seguir: Almoço em grupo e viagem de regresso

3. O módulo «Introdução ao sistema educativo suíço» da Escola Superior de Educação Zurique

Nota introdutória

A frequência deste módulo, constituído por 42 lições, é uma das précondições obrigatórias (em conjunto com uma licenciatura concluída na área, ou uma qualificação equivalente e conhecimentos suficientes da língua alemã) para a admissão dos professores do ELH no cantão de Zurique. Quem ainda não tiver conhecimentos suficientes de alemão (nível B1), pode realizar um módulo de preparação na Escola Superior de Educação de Zurique.

Segunda-feira
5 de janeiro 2015 
08.30–12 h
Introdução geral:

  • Informações em relação à organização do módulo
  • Ronda de apresentações

Introdução ao sistema escolar do cantão de
Zurique:

  • Aspetos legais e estruturais
Almoço
13.30–17 h
Introdução ao sistema escolar do
cantão de Zurique
(Parte II)

  • Organização escolar

Distribuição de tarefas 1:

  • Apresentar-se na escola e visitas escolares

 

Terça-feira
6 de janeiro 2015
08.30–12 h

Propostas de apoio para os alunos com necessidades educativas especiais

Instituições em torno da escola

Almoço
13.30–17 h
Introdução ao Quadro de Referência
para o ELH:

  • Função e significado

Língua primeira, segunda e estrangeira:

  • Fundamentos da didática da língua segunda
  • Conceitos e modelos do plurilinguismo

Distribuição de tarefas 2:

  • Organização das visitas (mútuas) às aulas dos colegas.

 

Quarta-feira
4 de março 2015 
08.30–12 h
O ELH no contexto de migração:

  • Relação com os mundos de referência
  • Aprendizagem intercultural

O programa QUIMS:

  • Filme: sucesso escolar para todos
Almoço
13.30–17 h
Planificação de pro- jetos plurilingues nas
aulas:

  • Exemplos

Distribuição de tarefas 3:

  • Planificar uma unidade didática, implementar, refletir

 

Quinta-feira
5 de março 2015 
08.30–12 h
Intercâmbio de experiências em relação à primeira tarefa:

  • Apresentar-se na escola e visitas escolares

Imersão na rotina escolar de uma diretora de escola (Idil Calis)

Almoço
13.30–17 h

Imersão na prática didática de um professor de ELH (Jun-Hi)

Materiais didáticos no ELH

  • Praça / Mercado

 

Quinta-feira
21 de maio 2015
08.30–12 h
Intercâmbio de experiências em relação à terceira tarefa:

  • Planificar uma unidade didática, implementar, refletir
  • Caraterísticas de uma boa planificação, tendo em conta o Quadro de Referência para o ELH
Almoço
13.30–17 h
Introdução à avaliação e ao sistema de atribuição das notas no ELH

  • Conversa na escola sobre a avaliação
  • Avaliação do desempenho linguístico

 

Sexta-feira
22 de maio 2015 
08.30–12 h
Intercâmbio de experiências e avaliação em relação à segunda tarefa:

  • Organização das visitas (mútuas) às aulas dos colegas
  • Caraterísticas de um ensino de qualidade

Imersão na prática de ensino da escola pública / ensino regular-LP

Almoço
13.30–17 h

Resumo dos pontos centrais e esclarecimento de questões

Avaliação
Final


4. O curso de ensino superior nacional «Ensino da língua materna: lecionar línguas primeiras no contexto da migração» da Escola Superior de Educação de Viena


4.1 O ensino da língua materna na Áustria: alguns factos

Desde 1992 que o ensino da língua materna integra o ensino regular austríaco. Diferente de outros estados europeus – como por exemplo a Suíça – este ensino não se baseia num acordo bilateral com os países de origem, nem é delegado às associações de migrantes.

Através da tomada de responsabilidade para a promoção das línguas maternas dos alunos na Áustria, transmite-se uma mensagem fundamental. A mensagem é a seguinte: o comprometimento com o plurilinguismo mundial é da responsabilidade das políticas educativas. As línguas dos alunos têm o seu lugar na escola, e é nesse lugar que devem ser desenvolvidas.

Os professores das línguas maternas são – como todos os professores – contratados e financiados pelas autoridades escolares austríacas, entidade que também regula a qualidade através dos seus órgãos de controlo. Manuais de ensino e outros manuais também são colocados à disposição, sem qualquer encargo financeiro.

    • Público-alvo

Os participantes nos cursos de língua materna são constituídos por crianças que falam uma língua diferente da alemã no seu contexto familiar, ou seja, crianças que crescem num ambiente bilingue – independentemente da sua nacionalidade, país de nascimento, competência no alemão e duração da frequência escolar na Áustria. Nos últimos anos, este ensino tem sido frequentado por cada vez mais crianças de famílias bilingues.

      • Planos curriculares para o ensino de língua materna

Atualmente existem três planos curriculares «linguisticamente neutros», isto é, que se podem aplicar a todas as línguas, o que tem a seguinte vantagem: quando se introduz uma nova língua, já existe um plano curricular que pode ser aplicado:


  • Nível primário (1.º ao 4.º anos)

  • Nível secundário I (5.º ao 8.º ano) e escolas politécnicas

  • Nível superior das escolas de formação geral (9.º ao 12.º ano)

Nas escolas de formação profissional de nível médio e superior, é possível oferecer o ensino da língua materna devido à autonomia escolar, mas na prática não é utilizada. No entanto, os alunos poderão sempre usufruir das ofertas nas escolas de formação geral, desde que existam vagas.

        • Fundamentos da lei educativa e quadros organizacionais

No ensino primário, o ensino é facultativo e sem compromisso (participação livre, sem avaliação formal), a partir do 5.º ano continua a não ser obrigatório (participação facultativa com avaliação formal).

O ensino de língua materna pode ocorrer de forma aditiva, em forma de curso (depois das aulas, à tarde) ou de forma integrativa, em forma de «team-teach- ing». Isto significa que o professor da língua materna dinamiza as aulas em conjunto com o professor do ensino regular, trabalhando-se as temáticas da disci- plina na língua materna dos alunos.

É necessário haver um número mínimo de alunos para estes cursos, sendo possível haver alunos provenientes de diferentes turmas, escolas ou tipo de escolas, o que favorece sobretudo as línguas menos faladas.

          • Os professores

A maioria dos professores que se encontra a lecionar as aulas da língua materna concluiu a sua formação base nos seus países de origem, com qualificações obtidas muito diferentes. Alguns concluíram uma formação para uma determinada disciplina do segundo ciclo do ensino básico, e encontram-se a lecionar no ensino primário, outros têm formação na área das ciências, sem componente linguística, outros são tradutores diplomados (na Áustria ou no estrangeiro), intérpretes, investigadores ou especialistas em sociologia.

Uma vez que a maioria dos professores de língua materna não concluíram a sua formação numa universidade ou escola superior de educação austríaca, são contratados num regime especial. Por consequência, exercem funções em categorias salariais inferiores às dos professores do ensino público.


4.2 A génese do curso

No âmbito do Language Education Policy Profile, os especialistas do Conselho Europeu recomendaram às autoridades austríacas prestar atenção a uma «formação linguística e profissional adequada dos professores de língua materna» (ver bm:ukk & BM.W_F, 2008, p. 102).

Com base nesta recomendação, o Ministério da Educação pediu à Escola Superior de Educação de Viena, em 2011, o desenvolvimento de um currículo para uma formação superior (um curso universitário), que pudesse acompanhar os professores de língua materna que já estejam a exercer as suas funções.

No sentido de garantir a adequação ao público-alvo e a qualidade desde o início, levou-se a cabo um inquérito por questionário online a todos os professores de língua materna em exercício, através do qual se fez um levantamento das qualificações dos docentes e das suas necessidades formativas, com o objetivo de completar as qualificações existentes. A elaboração dos questionários e o processamento dos dados obtidos ficou a cargo da Prof.ª Doutora Brigitta Busch, da Universidade em Viena, em 2011. Os resultados deste inquérito, com a participação de mais de 60% dos professores, foram utilizados para servirem de orientação para a elaboração final do currículo.

Em simultâneo, o Ministério da Educação negociou com a Chancelaria Federal e com o Ministério das Finanças, com o objetivo de melhorar a situação con- tratual especial dos professores. O resultado destas negociações foi uma nova alínea contratual, introduzida em outubro de 2012, que favorece a categoria salarial dos professores em exercício e dos novos, que irão iniciar as suas funções.


4.3 O curso de formação superior

No ano letivo 2012/2013 introduziu-se, com base no currículo acima referido, o curso universitário «Ensino de língua materna: lecionar línguas no contexto de migração» na Escola Superior de Educação de Viena. Esta licenciatura é creditada com 30 EC (European Credits do sistema europeu Credit Transfer System / ECTS). Tendo em conta que este curso foi concebido para professores em exercício, é constituído por seis módulos que têm lugar em blocos semanais, sendo que 50% são frequentados presencialmente e os restantes 50% em trabalho autónomo. O curso pode ser concluído em 4 semestres.

Segue-se um extrato do texto de apresentação – dirigido à comissão científica da Escola Superior de Educação em Viena em 2012 (ver Furch/Fleck 2012):

    • Objetivo educativo

Este curso visa o melhoramento em termos de qualificação dos professores de língua materna que se encontram a lecionar na Áustria. As áreas de maior importância para a especialização dos inscritos são a linguística, metodologia e a didática da língua materna no contexto da situação educativa atual, tendo em conta uma diversidade de teorias, metodologias e abordagens educativas.

De forma semelhante, a responsabilidade perante o desenvolvimento da sociedade irá representar uma parte curricular integrante; o debate sobre as mudanças atuais relativamente à convivência das pessoas na Áustria irá contribuir para uma profissionalização muito concreta dos participantes.

Este curso dirige-se sobretudo aos professores de língua materna que já se encontram a lecionar em toda a Áustria. Complementarmente, este curso também se destina a futuros professores plurilingues, que, após conclusão de um curso para ensino (numa escola superior de educação ou universidade), poderão ter o desejo de ingressar na carreira de professor de língua materna de uma determinada língua.

    • Contributo para o desenvolvimento escolar

A participação dos professores que complementaram a sua formação através da conclusão deste curso irá desempenhar um papel essencial para o futuro desenvolvimento escolar, em diferentes localidades escolares com elevado número de alunos e pais plurilingues, sendo que se irá assegurar este processo através de autoavaliações regulares e de investigação científica na área.

Após a conclusão do curso, os participantes dispõem de um elevado volume de input relativamente à concretização da igualdade de direitos e de oportunidades, pois aprenderam a combater a desigualdade de direitos e de oportunidades de uma forma mais especializada, profissional e científica.

    • Conteúdos do curso

O curso habilita os seus participantes a:


  • Refletir sobre a situação geral de alunos plurilingues com uma língua materna diferente da alemã;

  • Lecionar, enquanto professor nativo, uma (ou duas) língua(s) materna(s) a alunos que utilizam essa(s) língua(s) no seu contexto familiar e na sua rotina diária;

  • Orientar e aconselhar alunos de língua materna não-alemã, no que se refere a assuntos escolares e extraescolares;

  • Orientar e aconselhar professores que lidam com alunos plurilingues com uma língua materna não-alemã;

  • Refletir sobre o seu papel enquanto professor de uma língua materna;

  • Promover uma autoavaliação realista dos seus alunos em relação ao seu contexto linguístico-cultural;

  • Procurar o diálogo com encarregados de educação, professores, seus alunos e instituições ou associações não-escolares, no que diz respeito a problemas específicos de língua e/ou de aprendizagem.

  • Estrutura do módulo
M1:

Introdução à temática


M2:

Conhecimento de base relativo à investigação sobre a aquisição da língua, sociolinguística e investigação na área da migração


M3:

Didática da língua – percursos para um ensino de língua primeira competente


M4:

Comunicação em contextos plurilingues e pluriculturais


M5:

Conceitos pedagógicos inovadores, com enfoque no plurilinguismo


M6:

Debate sobre a realidade escolar


Mais informações e conselhos sobre o âmbito do curso encontram-se disponíveis na página da Escola Superior de Educação de Viena:

http://www.phwien.ac.at/index.php/hochschullehrgaenge-fortbildungsangebot/lehrgaenge


4.4 Resultados e conclusões

A primeira edição do curso foi concluída com sucesso por 22 professores – maioritariamente bósnios/croatas/sérvios e turcos, bem como albaneses e persas – de vários estados federais da Áustria.

Uma investigação levada a cabo, através da realização de entrevistas individuais guiadas com os participantes do curso e seus responsáveis, aponta para um elevado nível de satisfação em relação aos con- teúdos, funcionamento geral e objetivos do curso:

«O curso fortaleceu os seus participantes em relação ao desenvolvimento das suas capacidades de diálogo, baseado numa linguagem científica, consciência profissional e perceção do seu papel enquanto professor de língua materna, espírito de equipa, institucionalização do aconselhamento entre colegas, capacidade de diferenciação e gestão da heterogeneidade, e consciencialização do seu papel enquanto agente educativo: estes exemplos representam, na literatura da área, as dimensões essenciais do profissionalismo, o que é evidenciado pela concretização bem-sucedida dos objetivos do curso. Os aspetos considerados promotores da aprendizagem foram a aprendizagem institucional conjunta, a relevância dos conteúdos selecionados, o ambiente de aprendizagem, o pessoal docente e os responsáveis do curso.» (Moser, 2013).

Devido à grande procura, o curso está a funcionar pela segunda vez deste agosto de 2014. Dado que dos mais de 70 interessados apenas se puderam aceitar 26, tenciona-se repetir o curso novamente, desde que existam as devidas condições de financiamento e de recursos pessoais.


Referências bibliográficas

bm:ukk und BM.W_F (Hrsg.) (2008): Language Education Policy Profile: Länderbericht. Sprach- und Sprachunterrichtspolitik in Österreich: Ist-Stand und Schwerpunkte. Wien.

Calderon, Ruth; Rosita Fibbi; Jasmine Truong (2013): Arbeitssituation und Weiterbildungsbedürfnisse von Lehrpersonen für den Unterricht in heimat- licher Sprache und Kultur. Neuchâtel: rc consulta. Link: http://www.rc-consulta.ch/pdf/HSK-
Erhebung_d_def.pdf

Fortbildungsangebote des National Resource Centre for Supplementary Education (NRCSE) in London. Link: http://www.supplementaryeducation.org.uk

Furch, Elisabeth; Elfie Fleck (2012): Curriculum Lehr- gang «Muttersprachlicher Unterricht: Erstsprachen unterrichten im Kontext von Migration». Link: http://www.phwien.ac.at/files/Mitteilungsblatt_VR/Punkt%204/PH_Wien_LG_Muttersprachlicher_
Unterricht_genehmigt.pdf

Moser, Maria (2013): Endbericht der Begleitforschung zum Lehrgang: «Muttersprachlicher Unterricht: Erstsprachen unterrichten im Kontext von Migration».

vpod Bildungspolitik (2014): Sonderheft Nr. 188/189 «Die Zukunft des Erstsprachunterrichts», Beiträge p. 58 e 61 segs.


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