Regina Bühlmann, Anja Giudici


1. Introdução

A Europa é um continente plurilingue e um dos objetivos declarados pelos seus estados membros é a valorização e promoção das diferentes línguas e culturas (ver capítulo 13). Traduzir isto na prática representa certamente um desafio. Os países escolheram percursos diferentes para concretizar, de facto, a promoção do plurilinguismo. Um ponto consensual entre todos os estados, é que a escola pública preste um contributo fundamental neste sentido: a sua missão essencial engloba, entre outros, a transmissão da língua escolar, com o objetivo da igualdade de oportunidades, no que se refere à participação no ensino para todos os alunos – incluindo também os alunos para os quais a língua da escola represente a sua segunda língua – e a transmissão de um conjunto de línguas estrangeiras, sendo que nalguns países aqui também se incluem algumas línguas de herança.

A integração do ELH no aparato oficial de educação, isto é, o apoio do ELH com meios estatais nos países europeus, e também nos países fora da Europa, – e em parte dentro destes países ainda ao nível regional e local – é gerido de formas bastante desiguais. Por isso, de acordo com o local de ensino, o professor do ELH depara-se com condições de trabalho diferentes, o que também se reflete na coordenação com a escola pública.

Obter conhecimento orientador

O mais importante para um professor do ELH que está a iniciar as suas funções é a obtenção de um primeiro conhecimento orientador.

As informações online da EURYPEDIA podem ser uma boa introdução aos sistemas educativos europeus: https://webgate.ec.europa.eu/fpfis/mwikis/eurydice/index.php/Main_page [em 20.10.2014].

Alguns países publicam informações específicas para os professores do ELH na internet, nas respetivas páginas das autoridades educativas. Também é frequente haver uma pessoa de contato nas instituições de ensino, que está disponível para esclarecer dúvidas e dar orientações.

De um ponto de vista da didática do plurilinguismo, a colaboração entre todos os professores representa uma condição essencial para garantir uma promoção linguística coerente nos alunos (um debate acerca da didática do plurilinguismo, ou melhor, da didática integrativa/integrada das línguas encontra-se, por exemplo, em Hutterli 2012, p. 64: os professores do ELH são vistos como parceiros muito importantes das escolas públicas). Muitos professores das escolas públicas encontram-se disponíveis para colaborar com os professores do ELH, por exemplo, para o intercâmbio acerca do desempenho linguístico dos alunos, para uma planificação conjunta de determinados temas ou sequências didáticas. Mesmo nas escolas, onde a colaboração com os professores do ELH seja escassa ou ainda não se tenha estabelecido, existem várias formas de iniciar a cooperação.

Os exemplos que se seguem servem para motivar para a cooperação:


2. Áreas de cooperação

  • 1. Cada início é um encontro
  • 2. Colaborar na configuração da escola e das aulas
  • 3. Planificação da aprendizagem
    e do desenvolvimento
  • 4. Colaborar com os encarregados de educação

  • 1. Cada início é um encontro

A base para qualquer colaboração é conhecer-se e compreender-se. Para isto acontecer, é necessário haver, de ambas as partes, abertura e vontade de aprender a partir dos outros e com os outros. Para além disso, a cooperação exige conversas e compromissos. Neste sentido, é necessário encontrar uma língua comum – no sentido literal e no sentido adaptado.

Para uma colaboração pedagógico-didática com os professores do ensino regular é imperativo que os professores do ELH possuam boas competências linguísticas (no mínimo B1 do Quadro europeu comum de referência para as línguas). É por este motivo que algumas entidades educativas exigem um certo nível de conhecimento linguístico prévio. O investimento temporal na aprendizagem da língua local certamente vale a pena!

Criar contatos profissionais

O primeiro passo para uma colaboração é «caminhar em direção ao outro»: lecionar é uma atividade exigente, portanto é sempre útil trocar questões específicas com outros professores. As entidades responsáveis pelo ELH costumam realizar encontros regulares de caráter oficial, como por exemplo, reuniões, seminários e formação contínua. Mesmo quando não há ligação a entidades responsáveis, ou não há ofertas formais para intercâmbio de experiências, existem outras possibilidades – também informais.

  • Existem professores na minha área interessados num intercâmbio profissional ou num coaching mútuo?
  • As entidades educativas locais organizam possi- bilidades de intercâmbio, por exemplo, conferências regulares, nas quais eu possa participar?
  • Existem associações de professores ou sindicatos, em que posso conhecer professores para trocar impressões profissionais?
  • Existem propostas para formação contínua dos professores por parte das instituições de formação de professores (Escolas Superiores de Educação, Universidades, etc.) para criar redes e para um intercâmbio entre professores?

Conhecer a escola local

Professores do ELH, que ensinam numa escola pela primeira vez, deveriam começar por se informar acerca da sua pessoa de contato, responsável para assuntos gerais, que lhes possibilita o acesso às infraestruturas escolares e que lhes possa fornecer informações úteis, como, por exemplo, a direção escolar, o secretariado, etc. (ver os conselhos no capítulo 1 B.5).

  • A escola disponibiliza alguma documentação com informações úteis que possam ser inte- ressantes para mim (lista com os contatos dos professores da escola, listagens dos alunos, calendário escolar, etc.)?
  • Existem materiais escolares/livros (plurilingues) que eu possa utilizar nas minhas aulas do ELH?
  • Que infraestrutura se encontra disponível para eu utilizar (fotocopiadoras, internet, caixa pos- tal na sala dos professores, etc.)?
  • DA administração da escola dá algum apoio, ao ELH, por exemplo aos encarregados de educação que queiram obter informações em relação às aulas, horários, etc.?
  • Há já experiências de colaboração entre os professores do ensino regular com os do ELH?

Os professores do ELH frequentemente trabalham em vários locais de ensino, sendo que cada escola tem as suas próprias normas e «leis» (não escritas). Cada escola é utilizada por muitas pessoas e grupos. Naturalmente, esta convivência é muito mais fácil quando todos respeitam as regras – mas primeiro têm de as conhecer!

  • Existe algum regulamento interno que descreve os meus deveres e direitos? Que regras existem para a utilização das salas e infraestruturas escolares?
  • Tenho acesso à sala dos professores, à biblioteca escolar, às salas de computadores, etc.? A minha participação nas conferências ou reuniões de professores é obrigatória ou facultativa?

Geralmente, as autoridades educativas responsáveis fornecem informações com princípios orientadores sobre os direitos e deveres dos professores do ELH, e/ou colocam à sua disposição folhetos informativos e formulários que, por vezes, também se encontram traduzidos em diferentes línguas de migração.

Contatar o professor da turma

A colaboração concreta costuma realizar-se ao nível dos professores do ELH e dos respetivos professores do ensino regular (especialmente professores e diretor da turma). No centro encontra-se o desenvolvimento conjunto dos alunos. Existem muitas possibilidades para a colaboração. Quando o primeiro contato não surge por parte da escola, poderá ser proveitoso para o professor do ELH procurar o contato autonomamente.

  • Apresente-se aos professores das turmas dos seus alunos, se possível pessoalmente.
  • Elabore a sua «carta de apresentação» e entregue-a aos professores das turmas dos seus alunos. Essa carta inclui, no mínimo, o seu nome e coordenadas (número de telefone, email) e a indicação de quando e onde é possível contatá-lo na escola como professor do ELH. Possíveis informações adicionais são: formação inicial e complementar, conhecimentos linguís- ticos, áreas de trabalho anteriores e/ou atuais e interesses específicos. Complementado com uma fotografia, os seus colegas receberão uma primeira imagem sua.

 

  • 2. Colaborar na configuração da escola e das aulas

Em alguns países, por exemplo na Suécia ou na Renânia do Norte (Alemanha), a colaboração na vida escolar e nas aulas já se instituiu como sendo evidente. Ao contrário, noutros países e regiões, os passos nesta direção são relativamente recentes e ou precisam de ser iniciados. Os professores do ELH poderão consultar o ponto da situação no seu local de trabalho junto dos seus colegas de trabalho ou das autoridades educativas locais: vale a pena conectar-se a experiências anteriores ou em curso!

Reuniões de professores e encontros de equipa

É habitual haver debates nas escolas sobre decisões a tomar no que se refere à rotina escolar e ao ensino – por exemplo, o planeamento de eventos e projetos educativos, ou a reflexão sobre questões pedagógico-didáticas relativas ao desenvolvimento dos alunos. Quais as áreas de decisão na escola e quais as pessoas responsáveis para a tomada de decisão varia entre escolas, regiões e países. Aqui a regra é a mesma: pergunte aos seus colegas locais!

Momentos de encontro muito importantes são as reuniões de professores ou de grupo/departamento, nas quais os professores do ELH poderão (ou deverão) participar, de uma forma mais ou menos institucionalizada:

  • A minha participação nas reuniões de professores ou nas de departamento é obrigatória (= faz parte das minhas obrigações contratuais)?
  • Nas escolas em que leciono, é habitual haver a participação dos professores do ELH nas reuniões de professores? Em caso negativo, posso iniciar a participação?

Enquanto professor do ELH costuma lecionar em várias escolas, e os seus recursos são limitados. Por esse motivo, nos casos de participação voluntária, é sensato colocar-se as seguintes questões a si mesmo:

  • Qual é o compromisso mais importante para mim enquanto professor do ELH? Quais são as minhas prioridades?
  • Existe alguma possibilidade de financiar o meu envolvimento (por exemplo através de um fundo da escola regular ou da autoridade educativa local)?

Festas escolares e semana de projeto

De uma forma geral, os grandes eventos escolares representam uma boa oportunidade para conhecer outros colegas e apresentar o trabalho realizado no ELH.

Muitas vezes, as escolas têm os seus eventos institucionalizados, sendo possível colaborar na sua organização ou participar de forma ativa, por exemplo nas festas no final do ano letivo, noites de leitura (plurilingue) nas bibliotecas escolares ou municipais, semanas de projeto, nas quais são apresentadas temáticas transversais, que foram trabalhadas nas diferentes turmas, ou eventos no âmbito de dias e anos nacionais ou internacionais (por exemplo o 26 de setembro: dia europeu das línguas).

  • Quais desses eventos já existem numa das escolas em que trabalho e quem é responsável pela sua organização? Já agora: por vezes também existem agentes extraescolares a organizar eventos, como por exemplo, a biblioteca municipal ou a associação dos pais.
  • O evento oferece uma plataforma para apresentar o ELH? A minha turma poderá criar uma apresentação, por exemplo cumprimentar o público em diferentes línguas, ou fazer uma pequena encenação sobre um conto ou peça de teatro na nossa língua? Provavelmente será possível obter apoio através dos encarregados de educação dos alunos do ELH.
  • Existe a possibilidade, por exemplo, de propor uma temática central para uma semana de projeto e de colaborar na sua planificação e realização?

Observação de aulas entre colegas

O ensino público e o ELH podem, dependendo do contexto, parecer dois «mundos diferentes» – em suma: as pessoas não se conhecem ou o conhecimento é diminuto. Existem vários motivos para esta situação, que podem funcionar de forma cumulativa: uma integração fraca do ELH por parte das instituições educativas oficias de uma forma geral; os professores da escola pública não têm qualquer conhecimento ou possuem noções muito elementares do ELH; o professor do ELH está pouco presente na escola, ou seja, apenas está presente na escola em horários «marginais» ao horário escolar; as condições linguísticas para o intercâmbio entre os professores não são ideais, etc. Premissas como estas podem dificultar a colaboração.

Não obstante: o conhecimento mútuo constrói confiança! Por isso, se for necessário, dê o primeiro passo e convide os seus colegas da escola pública a visitar as suas aulas numa turma do ELH. Pergunte se poderá assistir a aulas dos seus colegas – seja em que língua for: uma possibilidade para comunicar é (quase) sempre possível.

Seguem aqui algumas sugestões, em relação a temas do ELH que poderão ser apresentados numa visita pelos professores da escola pública – e aprofundados em conjunto:

  • Trabalho com turmas heterogéneas: ELH significa muitas vezes, por exemplo, dar aulas a uma turma que abrange vários níveis de ensino, alunos com níveis linguísticos diferentes, criar diversas adaptações dos objetivos do país de origem e do país de acolhimento, etc.
  • Trabalho com alunos numa situação transcultural: onde é que se sentem «em casa»? Quais as referências que marcam as suas vidas? Quais as expetativas que a família e a sociedade lhes coloca?
  • Trabalho com os encarregados de educação: quais as barreiras que os encarregados de educação com background migratório encontram no contato com a escola pública?

Lecionar em conjunto

Existem vários modelos para a criação conjunta de sequências didáticas partilhadas pelos professores do ELH e pelos do ensino público. Para alguns desses modelos existem materiais. Seguem-se três exemplos interessantes para abordagens desse género:

  • EOLE/ELBE (utilizado sobretudo na Suíça): a abordagem «Eveil aux langues/Language awareness/Begegnung mit Sprachen» provém da didática das línguas britânica e visa o reforço da consciência linguística, de uma forma geral. Por isso, é muito apropriado para trabalhar em conjunto com os alunos plurilingues. Isto é feito na Suíça em diferentes contextos (ver Giudici e Bühlmann 2014, Saudan et al 2005, Schader 2005 (DVD) e 2012).
  • Koala (sobretudo na Alemanha): esta abor- dagem, criada no âmbito de um projeto para a promoção de crianças turcas, «Alfabetização coordenada alemão/turco no ensino primário», aponta para a importância de uma coordenação em termos de conteúdo e metodológico. As autoras não só oferecem materiais de ensino (entre outros), como indicam percursos para a simplificação da coordenação entre as diferentes instâncias educativas (www.koala-projekt.de; em 11.11.2014).
  • Cross curricular links and primary languages (da Grã-Bretanha): no âmbito das campanhas internacionais para a promoção das línguas, surgiu este projeto com o objetivo de coordenar os currículos do ensino público com os do ELH. Os resultados deste trabalho encon- tram-se disponíveis para consulta e fornecem conselhos muito úteis e materiais interessantes para integrar a promoção das línguas de herança nas diferentes disciplinas da escola pública (http://www.primarylanguages.org.uk/teaching_and_learning/embedding/cross_curricular_links.aspx; em 11.11.2014).

Visitar a biblioteca em conjunto

Contos e histórias desempenham um papel muito importante na escola. Por este motivo, são muito apropriados para atividades comuns entre o ELH e o ensino regular. Nas escolas maiores existem bibliotecas próprias, ou os professores recorrem à oferta das bibliotecas municipais. As chamadas bibliotecas interculturais são especializadas em obras plurilingues e tornam-se particularmente interessantes para o ELH (na Suíça existe por exemplo a rede das bibliotecas interculturais Interbiblio, www.interbiblio.ch): investigue na sua zona!

  • Existe uma biblioteca escolar ou municipal perto da sua escola que empresta livros nas línguas de origem? Ou existe um serviço de empréstimo de livros bilingues, específico para escolas?
  • É possível organizar uma visita de estudo a uma biblioteca em conjunto com um professor da escola regular, ou até realizar um projeto conjunto de leitura bilingue?
  • É possível equipar a escola com livros plurilingues? Se não houver financiamento, é eventualmente possível contar com o apoio dos pais dos alunos do ELH, pedindo-lhes que tragam os seus livros (que já tenham lido) de casa.

 

  • 3. Planificação da aprendizagem e do desenvolvimento

Os alunos do ELH movem-se em dois contextos escolares diferentes, o da escola pública e o do ELH. Os professores do ELH têm uma perspetiva sobre os seus alunos que representa uma mais-valia complementar à do professor da escola pública. Isto representa uma oportunidade para uma planificação da aprendizagem mais englobante das crianças que crescem num contexto plurilingue.

Coordenar a planificação para o desenvolvimento de alunos plurilingues

Através da troca de experiências entre professores da escola pública e os do ELH, no que se refere às avaliações dos seus alunos, é possível planear medidas de desenvolvimento para os respetivos alunos, de forma mais completa e adequada.

  • Contate os diretores de turma dos seus alunos e questione-os, de que forma esperam ou pretendem que se leve a cabo um intercâmbio de informações desta natureza.
  • Apresente as suas observações relativas aos seus alunos e proponha uma planificação conjunta para o desenvolvimento dos alunos.

Encontros para a planificação de temáticas e conteúdos das aulas

Sobretudo nos casos em que o professor do ELH esteja a lecionar um grupo de alunos da mesma turma da escola pública, pode ser muito útil fazer a planificação de certos conteúdos programáticos em conjunto com os professores da escola pública. Isto diz respeito principalmente às temáticas do ensino de língua (por exemplo, construção do vocabulário relacionado com um tema específico, exercícios de sintaxe), bem como temas da área «o ser humano e o mundo», etc.

  • Informe os professores da turma acerca dos temas que pretende trabalhar no ELH. Pergunte sobre possíveis ligações em termos de conteúdo. A brochura seguinte inclui alguns exemplos para propostas de qualidade: «O plurilinguismo intercultural» da Direção Educativa do Cantão de Zurique (Öndül e Sträuli 2011, p. 25–28), in Schader 2010 e 2013 e nos cadernos «Suges- tões didáticas» da presente série.

Colaborar na avaliação dos alunos

A área da avaliação formal encontra-se detalhadamente regulamentada em todos os países. Por isso, é de elevada importância conhecer as práticas no respetivo país de acolhimento:

  • Tenho de atribuir uma nota aos meus alunos do ELH ou não é necessário? Quais as indicações que tenho de seguir? Existem matrizes para a introdução das notas? A quem e até quando devo entregar as notas?
  • O país de acolhimento aceita a integração da avaliação ou uma declaração de presença na ficha oficial de avaliação (da escola pública)?
  • Esclareça se os desempenhos dos alunos do ELH podem ser levados em consideração em termos formais ou informais para questões de passagem de ano.

 

  • 4. Colaborar com os encarregados de educação

Nos sistemas de educação europeus valoriza-se o trabalho conjunto entre a escola e os encarregados de educação. Os professores esperam que os encarregados de educação se interessem pelos acontecimentos escolares e que apoiem o percurso escolar dos seus educandos. Para alguns pais recém-chegados, isto pode representar uma novidade ou algo difícil de concretizar, por exemplo, quando percebem mal ou não percebem a língua oficial do país de acolhimento, ou não conhecem as estruturas escolares e seus hábitos. Nestas situações, os professores do ELH podem prestar um contributo muito valioso.

Importante:
segurança no desempenho do seu papel

De uma forma geral, os professores do ELH tiveram uma formação pedagógico-didática, que os qualifica para o ensino nas suas turmas. A esta somam-se outras qualificações resultantes da formação contínua e da prática.

Enquanto professor do ELH, representa uma pessoa chave entre a escola e os encarregados de educação com background migratório. De uma forma geral, as tarefas adicionais, tais como a tradução ou mediação intercultural, não fazem parte da sua área de ação. Em muitos países é possível às escolas recorrer a tradutores ou serviços de mediação intercultural, para apoiar as conversas com os pais (na Suíça, por exemplo, existe uma associação, «Dachverband», que organiza este tipo de serviços, www.inter-pret.ch), ver também capítulo 2 A.4.

Colaborar nos encontros com os encarregados de educação

Os encontros com os encarregados de educação de uma turma são, de uma forma geral, institucionalizados; são realizados uma ou duas vezes por ano escolar e organizados e dirigidos pelo diretor de turma. Estes encontros também poderiam proporcionar uma possibilidade para o professor do ELH poder conhecer os pais, de se apresentar e de falar do ELH.

  • Decida se poderá ser interessante para si participar num encontro com os encarregados de educação (por exemplo, quando tem vários alunos da mesma turma na escola pública) e converse com o diretor de turma acerca desta possibilidade.

Colaborar nas conversas com os encarregados de educação

Conversas com os encarregados de educação são encontros individuais entre o diretor/professores da turma e os pais e são frequentemente marcados, por exemplo, numa altura de decisões curriculares (passagem de ano, etc.). Também podem servir para falar sobre problemas individuais de alunos ou para explicitar uma abordagem conjunta para o desenvolvimento de um aluno. O planeamento e gestão destes encontros é da responsabilidade da escola pública. Dependendo do seu contrato de trabalho, a participação nestes encontros com os encarregados de educação é uma tarefa adicional voluntária para o professor do ELH, e deverá, se possível, ser devidamente recompensada.

    • Em certas circunstâncias é possível que o diretor de turma solicite a sua participação num determinado encontro com pais: esclareça as expetativas em relação ao seu papel e defina de que forma poderá contribuir (ou não).
    • Possivelmente existem pais que lhe pedem para participar num destes encontros (ou até considera importante participar). O importante é o esclarecimento prévio dos papéis. A decisão sobre quem poderá participar (ou não) cabe à direção escolar ou diretor de turma. É evidente que tem a liberdade de organizar as suas pró- prias conversas individuais com os encarrega- dos de educação dos seus alunos.

3. Conclusão

As áreas de cooperação no capítulo 12 não são para serem compreendidas de forma terminada ou limitada. Os contextos que encontra no seu local de traba- lho são demasiadamente diferentes, tal como as suas caraterísticas pessoais (por exemplo se já conhece o local ou se é recém-chegado). O mais importante é que, apesar de todas as dificuldades possíveis, se mantenha aberto, com energia e motivação para colaborar com os outros.


Referências bibliográficas

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European Commission (2014). European Encyclopedia on National Education Systems (Eurypedia). Link: https://webgate.ec.europa.eu/fpfis/mwikis/ eurydice/index.php/Switzerland:Overview

Giudici, Anja; Regina Bühlmann (2014): Unterricht in heimatlicher Sprache und Kultur (HSK). Eine Aus- wahl guter Praxis in der Schweiz. Bern: EDK, Reihe «Studien und Berichte». Link: http://edudoc.ch/ record/112080/files/StuB36A.pdf

Hutterli, Sandra (Hrsg.; 2012): Koordination des Sprachenunterrichts in der Schweiz. Aktueller Stand – Entwicklungen – Ausblick. Bern: EDK. Link: http://www.edk.ch/dyn/25876.php

Öndül, Selin; Barbara Sträuli (2011): Mehrsprachig und interkulturell. Beispiele guter Zusammenarbeit zwischen Lehrpersonen der Heimatlichen Sprache und Kultur (HSK) und der Volksschule. Zürich: Volksschulamt.
Link: http://edudoc.ch/record/99952?ln=en

Saudan, Victor; Christiane Perregaux u. a. (2005): Lernen durch die Sprachenvielfalt. Schlussbericht zum Projekt JALING Suisse. Bern: EDK. Link: http://edudoc.ch/record/463/files/Stub22.pdf

Schader, Basil (2010): Mehrsprachigkeitsprojekte: Konkrete Beispiele für die Praxis. Ein Unterrichts- film der Pädagogischen Hochschule Zürich. Bern: Schulverlag plus.

Schader, Basil (2013): Sprachenvielfalt als Chance. Handbuch für den Unterricht in mehrsprachigen Klassen. Zürich: Orell Füssli Verlag.

vpod Bildungspolitik (2014): Sonderheft Nr. 188/189 «Die Zukunft des Erstsprachunterrichts» (div. Bei- träge, v.a. p. 38 f., 41 f., 96 f., 100 f.)


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