Um objetivo prioritário da educação intercultural, integrativa ou inclusiva é que as pessoas se possam orientar em contextos multiculturais e interagir sem preconceitos e com sucesso com pessoas de outras culturas. As pessoas devem, evidentemente, manter a sua própria identidade e ser capazes de se desenvolver sem pressões de assimilação.

O lado linguístico de sociedades multiculturais é o multilinguismo, sendo esta a realidade nos países de acolhimento em cada escola, em cada turma. Ir ao encontro desta diversidade linguística com interesse e abertura, e, ao mesmo tempo, valorizar e mater a sua própria língua (ou as suas próprias línguas e dialetos) é uma das competências interculturais mais importantes e indispensáveis.

O ensino da língua de herança pode e deve dar uma contribuição. Claro que o seu foco principal é a língua primeira. No entanto, isso não deve significar que as potencialidades e recursos sobre os quais o aluno dispõe sejam negligenciados ou não tidos em conta. (Naturalmente, isso também não deve acontecer no ensino regular: pelo contrário, deve rentabilizar e utilizar esse potencial em a favor do aluno e da sua orientação no mundao de vida).

As nove propostas a seguir mostram formas simples de como o bilinguismo ou plurilinguismo dos alunos e do multilinguismo da sociedade podem conduzir a sequências de ensino emocionantes. Estes projetos são tanto mais motivadores quanto maior for a sua capacidade de congregar as experiências imediatamente disponíveis e potenciais dos alunos do ELH. Em muitos casos, ligam-se a estes projetos outras possibilidade de configurações criativas. E por último, mas não menos importante, e especialmente em comparação com outras línguas, muitas vezes, idiossincrasias e peculiaridades de sua própria língua podem ser particularmente bem analisadas e reconhecidas. Que parte de cada competência está em pri-meiro plano (competência de percepção, reflexão e ação), mostra uma visão geral no final do livro. A adequação para as turma e níveis é amplas; a maioria dos projetos pode ser implementado com adaptação adequada à idade em diferentes níveis.

Uma nota final importante: No que respeita à primeira língua, o desenvolvimento das competências de literacia ocupa o primeiro plano (transmissão/ensino do idioma padrão, da leitura e da escrita na língua padrão) no ELH. Esta opção é plausível, dado que a prática linguística de muitos alunos no seio familiar se confina a um um dialeto e, às vezes, apenas com um vocabulário muito limitado. Nos projetos linguísticos deste capítulo, também devem ser necessaraiamente incluídos os dialetos (na primeira língua e na do país de acolhimento), o mesmo se passa para códigos específicos de determinados grupos ou formas de uso específico da língua.


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